Eu não tinha mais do que seis anos quando descobri meu monstro favorito. Ele vivia embaixo da minha cama e era o responsável pelos barulhos estranhos que eu ouvia todas as noites. Eu o imaginava como uma criatura enorme com olhos verdes brilhantes, garras afiadas e dentes afiados. Eu nem sequer sabia seu nome, mas eu tinha muito medo dele. O medo me impedia de dormir à noite e até me levava a chorar.

Meus pais tentaram me convencer de que não havia monstros debaixo da cama ou no armário, mas eu não estava convencido. A imaginação de uma criança é tão poderosa que eu simplesmente não conseguia desacreditar no meu monstro. Então, comecei a ler tudo sobre monstros na biblioteca e até pedi aos meus amigos da escola que me contassem histórias assustadoras. Era como se eu quisesse abraçar meu próprio medo.

Mas, um dia, algo mudou. Eu estava brincando no meu quarto e, de repente, um dos meus brinquedos caiu sob a cama. Eu sabia que meu monstro estava lá embaixo, mas eu precisava do meu brinquedo. Eu comecei a enfiar a mão debaixo da cama e, de repente, senti algo peludo. Aterrorizado, eu recuei, mas então percebi que a coisa peluda era simplesmente meu tapete felpudo. Depois disso, fiquei um pouco mais corajoso e comecei a investigar embaixo da cama. Eu descobri que não havia monstros lá embaixo - apenas poeira e algumas teias de aranha.

Foi nesse dia que meu amor pelo monstro mudou. Eu percebi que meu monstro não era algo para ter medo, mas sim algo que eu poderia abraçar e explorar. Eu decidi criar minha própria história para ele. Ele agora se tornou meu monstro favorito, uma espécie de animal de estimação imaginário que me fazia sentir um pouco menos sozinho à noite.

Eu contei aos meus amigos da escola sobre ele e brincamos de monstro juntos. Cada vez que eles viam algo peludo, eles diziam olha, é o seu monstro debaixo da cama! E eu ria. Eu até comecei a desenhar meu monstro, dando a ele um nome e uma personalidade. Eu o desenhei dançando comigo no meu quarto, brincando em minha imaginação tanto quanto eu brincava com minhas bonecas.

Hoje em dia, eu ainda me lembro do meu monstro favorito. Ele me ensinou a como lidar com meus medos e a importância de deixar a imaginação fluir. Eu acho que agora, à medida que envelheço, ainda sou capaz de manter um pouco daquela criança curiosa e assustada viva dentro de mim. E talvez aquele monstro debaixo da cama tenha sido a chave para tudo isso.

Conclusão

O meu monstro favorito era uma parte muito importante da minha infância. Ele me ensinou a lidar com meus medos e a importância de deixar a minha imaginação fluir livremente. No lugar de ficar aterrorizado toda vez que ouvia um ruído à noite, meu monstro favorito era agora uma fonte de conforto e diversão. Acho que esse monstro ainda tem muito a ensinar às crianças sobre como enfrentar seus medos e abraçar sua imaginação.