Quando dividimos os personagens em categorias, o que torna o monstro tão atrativo? Por que tantas pessoas têm medo, mas ainda são atraídas pela gama de criaturas sobrenaturais retratadas no cinema, na televisão e na literatura?

A resposta pode estar na relação íntima que estabelecemos com personagens que representam nossa humanidade em sua forma mais visceral. Mesmo monstros com características aparentemente aterrorizantes frequentemente exibem emoções ou traços humanos com os quais podemos nos relacionar, como a solidão, o medo, a raiva ou a vulnerabilidade.

Considere o exemplo do Frankenstein. O monstro criado pelo Dr. Victor Frankenstein muitas vezes é visto como um ícone de terror. Suas ações são frequentemente repulsivas, e seu aspecto físico pode ser chocante. No entanto, também há momentos em que sua tristeza e solidão são traduzidas para a tela. Como espectadores, somos capazes de nos relacionar com a angústia do monstro, mesmo que não possamos nos identificar diretamente com sua aparência ou comportamento.

Essa proximidade emocional pode ser especialmente poderosa quando se trata de personagens sobrenaturais porque nos dá uma saída para explorar nossos próprios medos e desejos. Através da observação da experiência imaginada dos monstros, podemos enfrentar nossos próprios sentimentos de impotência, desesperança e insegurança. De certa forma, a fascinação pelos monstros é um método seguro de enfrentar nossos medos, pois tudo permanece no reino da fantasia.

Além disso, a inclinação para o monstro também pode ser vista como uma forma de afirmação de si mesmo. Em nossos momentos mais assustadores, colocamos nossa fé na força dos super-heróis, física ou sobrenaturalmente. No entanto, esse tipo de personagem pode parecer aspiracional e inalcançável às vezes. Por outro lado, o monstro muitas vezes começa como insignificante e fraco, mas se transforma em algo poderoso, seja por meio de seus próprios poderes sobrenaturais ou através de suas habilidades para sobreviver mesmo em circunstâncias aparentemente impossíveis.

Em resumo, a escolha de um personagem favorito é um fenômeno complexo que pode ser influenciado por inúmeros fatores. Quando se trata do fascínio pelos monstros na cultura popular, a proximidade emocional e as oportunidades de auto-afirmação e exploração de medos são alguns dos principais fatores a serem considerados. E, embora esse fascínio possa parecer estranho para alguns, para muitos de nós, o monstro permanecerá como um ícone de nossos próprios desejos e temores secretos, um lembrete constante de nossa capacidade de enfrentar a escuridão em nosso próprio ser.

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